sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Voto de protesto: irresponsabilidade nacional



Política, segundo o cientista político Noberto Bobbio, é toda instituição social que apresenta por princípios a coletividade, a supremacia, a coesão e a manipulação de massas. Apesar de contradito por outros pensadores, Bobbio consegue sintetizar a prática política de forma exata. Mundialmente polêmico, há quem estime e quem deprecie o tema. No Brasil, de forma específica, a história política do país é marcada por protestos sociais através de um direito de expressão que, apesar de simples e individual, tem o poder de decidir o desenvolvimento de uma nação: o voto.

A população brasileira, historicamente, ao eleger animais para assumir cargos políticos, como um macaco, um bode e um rinoceronte, protesta. Dois mil e dez, ano de eleições políticas no país, apresentou-se como um ano crítico e marcante neste cenário. Jornais mundiais chamaram a atenção para os seus candidatos políticos: jogadores de futebol, cantores, palhaços, analfabetos, e para os seus slogans. O candidato eleito com a maior quantidade de votos no país, conhecido por Tiririca, um palhaço, apresentava por slogans: “Vote tiririca, pior do que tá não fica.” e “O que faz um deputado na câmara? Não sei, mas vote em mim que eu descubro e conto.”

Protestar através do voto em candidatos despreparados não é uma maneira válida de protestar. Passadas as eleições, os candidatos eleitos assumirão seus respectivos postos e estará em suas mãos o futuro de uma nação. Este tipo de voto culmina no comprometimento do desenvolvimento e da qualidade de vida dos brasileiros, suja a imagem política do país no cenário mundial e evidencia a descrença de uma sociedade em um governo democrático sem corrupções, tornando a população gradativamente mais revoltada com a política.

O protesto, naturalmente, deve ser praticado sempre que necessário, principalmente por parte dos brasileiros, considerados uma sociedade passiva quanto às ações governamentais; a natureza do protesto, no entanto, deve sempre ser explícita e conjeturar o progresso. O voto, direito de quase 190 milhões no país, precisa ser utilizado com bom senso e, os candidatos, avaliados propriamente pela população. Um país politicamente correto só existirá quando a sua população aprender a o respeitar integralmente, incluindo assim o respeito à sua política, aos seus direitos e aos seus deveres como nação. Uma crítica política séria e fundamentada funciona tanto quanto o deboche eleitoral, mas, ao contrário desta última, não arrisca a integridade e o desenvolvimento de uma nação.


2 comentários:

  1. Nobertinho é fantástico. Hiloma, pare de ler essas coisas. Escolha das duas uma: Inteligência ou beleza, com as duas fica imoral ¬¬

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  2. Muito bom o texto. Elucidativo e bem claro. Parabéns... Valeu

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